terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Onde Nasceram os Monstros

Série especial sobre Onde Vivem os Monstros - Parte 2/3.


Foi no ano de 1963 que o autor Maurice Sendak publicou o livro "Onde Vivem os Monstros" e provou que um clássico não precisa de muitas páginas para ser escrito. Algumas palavras e poucas frases constroem um livro gostoso de se ler e bonito de se ver: as ilustrações do autor são belíssimas e a versão brasileira, da Cosac Naify, com tradução de Heloisa Jahn, é fantástica - assim como os vários livros desta editora, sempre bem cuidados.

A história todos já devem saber de cor: o garoto Max apronta mil e uma confusões e acaba mandado de castigo para o quarto. Lá, ele cria um mundo de fantasia onde encontra vários monstros selvagens, e acaba sendo declarado rei deles.

Aparentemente simples, a história é profunda e trata de temas que fazem parte da vida não só das crianças, mas como de todos nós: solidão, rejeição, amizade, realidade, sonhos...

Poderia fazer aqui algumas várias considerações sobre a filosofia da história, sobre a infância, e tudo o que envolve o universo criado por Max, mas isto virá em um próximo momento. Por agora, apenas a indicação de um clássico da literatura infanto-juvenil, mas capaz de agradar a pessoas de todas as idades.

Confira a parte I do especial aqui. Parte III aqui.








Escuta essa: The Arcade Fire - Wake Up. De novo. :)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Esses tais monstros...

Série especial sobre Onde Vivem os Monstros - Parte 1/3.

Faz algum tempo ouvi falar deste tal filme sobre monstros. No começo, confesso que não dei muita atenção, até porque num primeiro momento ele me pareceu uma coisa totalmente diferente do que é. Difícil explicar, mas achei ele algo entre o esquisito e o diferente, entre o infantil e o simples, não sei. Primeira impressão estranha.

Daí, então, deixei de lado as fotos dos (interessantemente bem produzidos) monstros que havia visto em notícias e acabei assistindo o trailer.



Com ele, acabei já começando a me interessar mais. Especialmente pelo letreiro que aparece: "dentro de nós está / tudo o que você já viu / tudo que você já fez / todos que você já amou / há um dentro de todos nós".

Enfim, quando meu irmão leu um pequeno comentário sobre o filme (que havia ganho 10/10) e que comentava um pouco, não da história, mas do sentimento por trás dela, foi quando fui atingido pelo raio e comecei a me apaixonar de verdade. Nesse meio tempo, assisti o trailer umas mil vezes e fui me apaixonando mais e mais.

Mas o golpe final veio da música do trailer. Wake Up, do The Arcade Fire. A letra é sensacional, a melodia, tudo é simplesmente de arrepiar. Escutei ela incessantemente nos últimos dias e cada vez me apaixono mais por tudo.



Tudo isso, graças a uma pequena coisa chamada infância.

Confira também: Especial Onde Vivem os Monstros, Parte II: O Livro. Parte III: o Filme.









Escuta essa: The Arcade Fire - Wake Up

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Entre o real e a fantasia

Confesso que tinha uma pequena preguiça quanto ao filme O Labirinto do Fauno, injustificável. Até porque a imagem que eu tinha dele se mostrou totalmente diferente do que é o filme na realidade. Enfim, foi uma grata surpresa.

A história se passa na Espanha, no ano de 1944. A Guerra Cívil havia terminado, mas rebeldes ainda lutavam contra o regime fascista nas montanhas ao norte de Navarra. A jovem Ofelia, de apenas 10 anos, acaba se mudando para este ambiente, onde irá morar junto ao novo marido de sua mãe, um oficial responsável por exterminar os rebeldes.

Solitária, a menina sempre dedicou-se a uma paixão: a leitura. Apaixonada por livros, sempre foi muito imaginativa. Um dos livros que mais gostava contava a história da princesa dos reinos subterrâneos que fugiu para o mundo externo e acabou morrendo por lá. Seu pai, o rei, sabia que um dia ela renasceria e voltaria para reinar em seu lugar.

Enfim, a jovem Ofelia acaba encontrando, perto da sua nova casa, um labirinto, onde conhece o tal Fauno e descobre que possivelmente é a princesa desaparecida. Para comprovar, teria de passar por três provas e testar seu espírito.

A história, então, se divide entre as aventuras de Ofelia e os conflitos no mundo real, onde os rebeldes lutam contra as forças militares e tentam vencer o maligno comandante. Ofelia acaba ficando presa entre estes dois mundos, enfrentando os desafios mágicos e os problemas terrenos.

A história me surpreendeu. Não imaginava o tom sombrio que o filme tem, tanto no mundo real como também no mundo mágico que Ofelia descobre. Suas aventuras são tão sombrias quanto a realidade em que está inserida, e isso deixa o filme com um ar muito mais sério que aparenta - talvez daí venha minha preguiça inicial e minha grata surpresa com o filme, que sempre deixa a dúvida entre o que existe ou é só imaginação.

Enfim, o diretor Guillermo Del Toro me provou com as aventuras de Hellboy e este O Labirinto do Fauno que é mais que credenciado para dirigir a adaptação de O Hobbit. A história de Ofelia é um bom filme, além do que eu esperava ser, e vale uma nota 8.







Escuta essa: carro de som do sacolão do bairro, "passando em sua rua". É tenso!

Felizes para sempre?

Roteiro básico de uma história de amor: mocinho conhece mocinha; algo ou alguém impede eles de ficarem juntos; ele conquista o amor dela (ou vice-versa); eles vivem felizes para sempre.

Mas quando isso não acontece?

Todo mundo que arrisca se apaixonar passa por uma decepção amorosa na vida: ou não é correspondido, ou não dá certo no final, ou não era nada do que ele/ela imaginava, e o fim pode ser muito trágico. Assim é a vida, assim é o romance. Conto de fadas? Raramente acontece. Pra encontrar o "amor da sua vida", a pessoa às vezes tem de procurar e procurar e procurar... e nem sempre encontra.

500 dias com ela [(500) days of summer] conta a história de Tom Hansen, um escritor de cartões comemorativos que se apaixona por sua colega de trabalho Summer Finn (o trocadilho do nome da personagem com a estação do ano, presente no título original, infelizmente se perde na tradução) e acaba acreditando que ela é o amor da sua vida. Culpados disso? Bandas pop e influências de filmes como A primeira noite de um homem [The Graduate], citado várias vezes ao longo do filme, e que pregam a existência do amor ideal. Já ela, não acredita nesse tipo de amor. Acabam se envolvendo e, de repente, ela termina tudo.

Daí, então, Tom passa a reviver seus bons e maus momentos com ela e acaba se descobrindo e redescobrindo paixões enterradas no meio do caminho. Sendo clichê, dá pra pensarmos que é uma forma bacana de pensarmos como a correria do dia-a-dia e a influência de outras pessoas nas nossas vidas acabam nos fazendo esquecer quem nós realmente somos e do que gostamos.

Enfim, a história de 500 dias com ela é uma história romântica ao avesso, em que o mocinho não fica com a mocinha no final. Aliás, nem no começo, já que é uma retrospectiva.

Vale destacar a atuação de Joseph Gordon-Levitt (Tom), que aparece muito bem no papel. Zooey Deschanel (Summer) é uma atriz linda, mas parece que nunca ultrapassa os limites de sua atuação - tanto é que seus personagens sempre me parecem, de certa forma, os mesmos. Talvez umas aulinhas com a Meryl Streep fariam bem.

A história é interessante por ser diferente no aspecto de que o casal não fica junto, existem bons momentos que até divertem bastante, mas em outros o filme acaba se arrastando. Mas não deixa de ser um bom filme em vários aspectos. Então, como ando de bom humor, acho que merece uma nota 7. =)






Escuta essa: Nenhum de Nós - Você Vai Lembrar de Mim

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O fim dos tempos é divertido

(Da série "isto já deveria ter sido publicado faz séculos")

Se tem uma coisa que considero de extrema importância em um filme é o fator diversão. Ele pode até ser ruim, mas se me fizer divertir por algumas horas já alcançou seu objetivo. E assim é 2012, de Roland Emmerich e com John Cusack no papel principal.

A história todo mundo já deve conhecer: segundo o calendário Maia, o ano de 2012 representará o fim do mundo como o conhecemos. Essa é a premissa para que o diretor realize mais um filme de destruição em massa, onde tudo e todos são esmagados pela força da natureza sem dó nem piedade.

No centro de tudo e como núcleo principal da história está o personagem de Cusack, Jackson Cutis. Mais clichê, impossível: um escritor fracassado, divorciado e com problemas de relacionamento com os filhos. Ao levar eles para acamparem, acaba descobrindo o que está por vir e parte em uma frenética corrida para salvar os filhos e sua ex-esposa com seu atual marido.

Um outro núcleo de personagens inclui o presidente dos Estados Unidos (negro, já que estamos na Era Obama, diferentemente dos até então clichês presidentes-padrão-Clinton, mas ainda assim óbvio), sua filha e o cientista que reportou tudo ao governo.

O filme se resume, basicamente, à uma sucessão de fugas intermináveis dos protagonistas, quase milagres sucessivos. Mas é como eu sempre digo: na hora que você começa a escapar da destruição mundial, e faz isso pela primeira vez, aproveita o embalo e vai assim até o final. E os conflitos, as questões filosóficas, que poderiam ser aprofundados e gerar um conteúdo mais relevante que explosões e desabamentos acabam sendo tratados de forma superficial.

Um destes questionamentos é sobre a posterioridade das coisas. Obras de arte são removidas e salvas, e o mesmo é levantado várias vezes pelo cientista ao citar o livro escrito pelo personagem de Cusack, sempre falando que o autor provavelmente estaria morto mas ele continuaria eterno enquanto seu livro existisse. Mal sabia ele que Jackson Curtis, além de escritor, é perito em fugas milagrosas nas horas vagas e momentos difíceis.

O filme não é maravilhoso, longe disso. Tem horas que chega a ser entediante. Mas vale como diversão pra quem quer ter um momento superficial e apenas curtir efeitos especiais bacanas. Pela história, vale uma nota 2. Pelos efeitos, uma nota 7. Na média, escapa de ser um filme muito ruim por um triz e merece um 4.






Escuta essa: Tianastácia - Conto de Fraldas

Filmow, o registro e os 500 filmes

Para quem não conhece, existe um site chamado Filmow onde você pode registrar os filmes assistidos, que pretende assistir ou que quer passar longe, inclusive avaliando e trocando comentários com outros usuários.

Desde o ano passado, tenho um perfil no site. Minha ideia? Registrar todos os filmes que assisti, mas não na vida e sim à partir de um determinado período, na melhor filosofia "o que é passado, é passado". Meu objetivo é conseguir escrever nem que seja um pequeno comentário sobre cada um deles, e atribuir uma nota. O Filmow vai me ajudar a registrar tudo e serve como um acompanhamento de quantos filmes eu já assisti desde então.

Isso acaba gerando uma questão interessante: todos os filmes que eu já vi, terei de reassistir em algum momento para entrar na contagem, o que me deu uma ideia: aleatoriamente, fui entrando em perfis, pegando filmes, indo através de diretores ou atores e atrizes, e criando uma lista de 500 filmes - alguns já vi, outros não, mas todos antes de novembro. Coloquei eles como "Quero ver", e o desafio: assistir a todos os 500 filmes antes do final de 2012. Isso dá mais de 160 filmes por ano, sem contar os que assistirei e que não estão na lista. Ou seja, é realmente um desafio e tanto.

Então, desde agora, dia 11 de janeiro de 2010, está lançado o desafio.






Escuta essa: Blues Brothers - Peter Gun Theme

Enfim, 2010 - de fato!

Segunda-feira, dia 11 de janeiro de 2010. Eis que declaro iniciado oficialmente mais um ano!

Não que muita coisa tenha mudado desde o último ano pra cá. Muita coisa está igual, inclusive, e até pior. O trabalho acumulado, por exemplo. A ideia de jogar tudo embaixo do tapete de 2010 e retomar só depois tem seus problemas, mas apesar de tudo tem suas vantagens. Alguns dias tentando não se preocupar com nada (por mais que muitas vezes isso seja impossível) são bastante saudáveis e revigorantes.

Enfim, o período de férias que determinei para mim está encerrado e estou de volta ao trabalho. E o blog também é parte do meu trabalho agora, então, vai ficar mais movimentado por aqui. Tenho umas postagens antigas para terminar, algumas críticas e comentários de filmes atrasados, e por aí vai. Ano novo, vida nova, trabalho de sempre. :)

No mais, também estou começando a tocar alguns projetos que com o tempo vou explicando por aqui. Mas vai ser divertido e novidades vão surgindo aos poucos.





 Escuta essa: Elvis Presley - A Little Less Conversation

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Enfim, 2010!

2010 chegou. Novos sonhos, novas esperanças, novas ideias. Hora de refletir, continuar e melhorar o que deu certo e ajustar o que anda errado. Hora de falsas promessas e de resoluções que não serão seguidas. Todo ano é assim, e sempre será. E sempre é bom. Hora de pegar um gás novo pra continuar.

Para não falar demais, vou tomar como minhas as palavras do Luis Fernando Veríssimo em um de seus textos, publicado no livro As Mentiras Que Os Homens Contam, e que eu acho perfeito.

Check-up

Este ano pretendo cumprir rigorosamente a resolução que tomei no fim do ano passado: não mais tomar resoluções de ano-novo. Elas são promessas que fazemos à nossa consciência em que nem a consciência acredita mais.

A minha já estava reagindo com bocejos a cada juramento que eu fazia para o ano-novo.

— Vou começar uma dieta. Séria, desta vez.
— Sei, sei.
— Vou ser tolerante, justo, sóbrio, equilibrado... e arrumar meus livros.
— Tudo bem.
— Fazer exercícios diários. Usar fio dental. Reler os clássicos. Não tudo ao mesmo tempo, claro.
— Certo, certo.

Mesmo com ar de enfado, minha consciência não deixa de se submeter ao exame anual que faço nela, sempre nos últimos dias de dezembro. Uma espécie de check-up moral. Seu estado geral é bom. Não teve grandes provações no ano passado. Fiz algumas coisas que não devia, não fiz outras que devia, nada grave. Vamos poder continuar nos encarando — principalmente agora que eliminamos este ridículo ritual das resoluções de fim de ano da nossa relação. O homem maduro é o que desiste da virtude impossível para não perder a possível.

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Nessa onda, começo 2010 sem promessas nem resoluções. Mas desejando a todos vocês um ano novo cheio de motivos para se animar, cheio de criatividade, de sonhos realizados e de muitas coisas boas! Feliz 2010!

P.S.: E, ah, férias do blog. Dia 11 retornamos com a nossa programação normal e mais bombante que nunca.

P.S.2: Caso queira fazer resoluções de ano novo, uma dica de site (que gera aleatoriamente algumas pra você): http://moninavelarde.com/newyears/






Escuta essa: Nena - 99 Luftballons