segunda-feira, 7 de junho de 2010

Eu e o futebol (vulgo Copa)

Eu sei, eu sei: essa coisa verde-amarela no blog ficou ridícula. Mas fazer o quê? A Copa do Mundo chegou. E pra alegrias de uns e tristezas de outros, vou fazer uma série de postagens sobre o assunto.

E eu tenho de confessar uma coisa: enquanto a maioria das pessoas diz que odeia a seleção, enquanto alguns outros ameaçam torcer pra Holanda e chegam até a cometer a heresia de afirmar que vão torcer pra Argentina. Eu, não: nunca torço contra a Seleção e sou Brasil até na purrinha. Pra todos esses que ficam contra, faço minhas as palavras de um tio: quando o Brasil for campeão, quero ver a cara de todo mundo.

Gosto de vários esportes, mas confesso que o meu favorito é disparado o futebol. Desde pequeno, nutro uma paixão crescente por esse esporte. Seja pela Seleção, seja pelo Galo, meu time do coração e que me acompanha na vida.

E Copa do Mundo é Copa do Mundo. Nasci durante a de 1986, e pra ser mais exato, momentos antes da vitória do Brasil sobre a Polônia, por 4 x 0, pelas oitavas de final. Mal sabia eu que nas quartas a Canarinho seria eliminada pela França, que posteriormente seria a seleção que eu mais detesto em Copas. A França, para mim, é a Itália para outros. E não sei porque, nunca fui com a cara do Zico, desde pequeno. Talvez seja por causa do penalti perdido contra os franceses.

Confesso que não me lembro da Copa de 1990. Afinal, eu tinha somente quatro anos. Por sorte, não vi o Brasil perder para os hermanos argentinos que, felizmente, acabaram perdendo o título para os alemães.

Já em 1994, a história foi outra. Com oito anos e começando a gostar e acompanhar futebol de verdade, acompanhei mais de perto a Copa dos Estados Unidos. Lembro de jogos das eliminatórias, inclusive - ou, pelo menos, de questões fundamentais como o que fariam os times que tem uniformes iguais, tal qual Brasil e Equador ou Colômbia, por exemplo. Conhecer o uniforme 2 da Seleção foi algo que eu não esqueço.

Lembro também de alguns momentos. O gol de Romário contra Camarões, o gol de Bebeto contra os Estados Unidos e o jogo contra a Holanda - ou a tensão que pairava o empate. Jogar duas vezes contra a Suécia também foi algo curiosíssimo. E houve a final. Lembro da bola na trave de Pagliuca, e também da disputa de penaltis. E, claro, lembro da carreata que fizemos depois.

Muitos não vão lembrar, mas tinha o Amarelinho. Ele era o mascote do SBT na Copa, e em outras competições. Diversão pra criançada. Lembro dele nas Olimpiadas também. Coisas engraçadas da memória.

Minha euforia foi mais completa ainda pós-Copa. Com sangue de goleiro correndo nas veias e depois da atuação magnífica na Copa, foi natural que Taffarel virasse ídolo. Pra contribuir, ele ainda veio defender as metas do Galo. Depois de Ayrton Senna, meu real primeiro ídolo, Taffarel assumiu o posto e veio preencher a lacuna aberta com a morte do piloto.

Quatro anos depois, a Seleção embarcou para a França. Eu estava com 12 anos, e conseguia entender melhor tudo e sentir mais que nunca o clima da Copa. E com a empolgação, veio a frustração: os misteriosos acontecimentos da final mais a derrota para  França - de novo ela - me fizeram esquecer parcialmente 98 (era impossível, eu tinha e tenho até hoje um joguinho de video-game da Copa, o que me fazia conhecer vários jogadores das seleções mais diversas) e acreditar que em 2002 o penta era possível.

E ele veio. A seleção foi pra Copa do Japão e Coréia desacreditada por muitos. Mas eu acreditava, tanto que me lembro claramente de falar com colegas que o Brasil ia levantar o caneco - e muitos duvidavam. Já com 16 anos, sofri mais e vivi mais o clima que antes, mas me lembro claramente da frustração da maioria dos jogos serem na parte da manhã e eu ter aula. Época de Copa deveria ser feriado mundial ou, pelo menos, ponto facultativo pra pessoas como eu.

Retrospecto até aqui: contando o ano que eu nasci (86), 2002 foi minha quinta Copa. Destas cinco, dois títulos, uma derrota para a Argentina que eu não me lembrava, e duas para a França - uma eu era recém-nascido, de fato, mas perder em uma final compensa e agrava tudo.

Depois da Copa das Confederações, em 2005, eu estava completamente confiante no hexa no ano seguinte. A Seleção jogou muito e prometia arrebentar no Mundial. Porém, o tempo passou, os jogadores saíram de forma e nosso técnico era o Parreira - teimoso como uma pedra, insistiu nos dois pesadões Ronaldo e Adriano na frente e a Seleção acabou caindo frente à - adivinhem - França. Fiasco total, que me fez assistir solitário ao embate entre os franceses e italianos, que felizmente levantaram o caneco. A Itália encostou no Brasil, mas antes eles que a França.

E veio 2010. Dunga renovou a equipe e, apesar de eu (e todo o resto do país) discordarmos de alguns nomes, são eles quem estarão em campo e é por eles que eu vou torcer. Em outro momento, pretendo comentar as escolhas do nosso treinador, mas entendo e agora é torcer. Quem sabe, dessa vez, não vem o hexa? É só não pegarmos a França pela frente...






Escuta essa: Coração verde-amarelo - "Eu sei que vou, vou do jeito que sei..."