sábado, 6 de fevereiro de 2010

Onde existem os monstros

Série especial sobre Onde Vivem os Monstros - Parte 3/3.

Frustração. Esse foi o primeiro sentimento que me veio à cabeça assim que as luzes da sala de cinema se acenderam. Transportado de volta ao mundo real, outros sentimentos se misturavam e, para entendê-los, é preciso entender como estava sendo o meu dia.

Como puderam ler nas duas partes anteriores sobre a obra de Maurício Sendak, minha expectativa sobre este filme só crescia. Havia, então, me planejado para assistir na estréia. Porém, uma imensa chuva parou a cidade e colocou em risco meu deslocamento para a seção, o que gerou vários desconfortos, misturados à um péssimo dia, me deixando bastante chateado.

Mas, no fim, da mesma forma que o bem sempre vence o mal, o trânsito melhorou e pude ir ao cinema assistir o tão esperado lançamento. Mas, claro, o clima e a animação não eram mais a mesma.

E o filme é, de fato, fantástico. A história é simples, mas intensa. O diretor Spike Jonze (de Quero ser John Malkovich e Adaptação) conseguiu transformar algumas poucas páginas de um livro infantil em uma história densa e emocionante. O garoto Max Records, que interpreta seu xará Max, está fantástico e dá vida ao personagem de uma forma excepcional. E os monstros, então, estão simpáticos e com vida, fazendo arrancar aplausos da iniciativa do diretor de trabalhar com atores reais ao invés de computação gráfica.

Enfim, a história merece uma análise profunda que eu não vou me arriscar no momento: prefiro assistir o filme mais vezes antes de tentar estudar as personalidades dos monstros e como elas representam o próprio Max, ou como isso reflete nos adultos como nós que ainda guardamos o espírito de uma criança em nossos corações.

O único ponto que vou discutir aqui é o da frustração. Não foi com o filme, definitivamente. Inicialmente, imaginei ser, mas como Onde Vivem Os Monstros é o tipo de filme que nos faz gostar cada vez mais dele com o tempo, eliminei essa possibilidade. A frustração, acredito, se dá por dois motivos: o final não é como eu imaginava, apesar de ser como eu sabia que seria. E encarar a realidade, muitas vezes, não é fácil. O segundo ponto chave pra este sentimento é a sensação de voltar ao mundo real após ter mergulhado em um mundo de sonhos e fantasias igual ao de Max. É difícil descrever, mas poderia dizer que a sensação é semelhante à de deixar sua casa numa segunda chuvosa pela manhã para ir ao trabalho.

E foi tentando entender este sentimento que passei os últimos dias sem escrever para o blog. O assunto Onde Vivem os Monstros ainda não está encerrado, longe disso: ele ainda dará muito pano para a manga. Mas isso não será por agora, já que ainda preciso pensar muito sobre o assunto - e rever o filme, e reler o livro, diversas vezes.

Quanto ao filme, repito o que comentei anteriormente: é daqueles que, com o tempo, a gente passa a gostar mais e mais. Mas, desde já, me considero apaixonado. Não duvido que um dia chegue ao 10, mas por enquanto é um filme acima da média e que merece uma nota 8 (que, provavelmente, mudarei da próxima vez que eu assistir).

Também: Parte I e Parte II da série Sobre Onde Vivem os Monstros.






Escuta essa: Karen O and the Kids - Igloo

2 comentários:

Jessica disse...

Preciso rever o filme também, mas já estou apaixonada por ele também. Qualquer filme que consegue não sair da minha cabeça mesmo semanas depois é um 10 para mim.

Fábio Megale disse...

Fato. Mas preciso rever ele mais vezes e me apaixonar mais e mais pra que considere perto de filmes que ganham 10 na minha avaliação - e que são raros! =)