segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Desventuras automobilísticas

Lembro quando meu pai trocou seu chevettinho antigo por um mais novo: foi em meados de 1994, talvez 1995. O carro era de 1993, e estava em ótimo estado. Aliás, ainda está: meu pai sempre cuidou bem dele.

Além dos cuidados do meu velho, o carro também é surpreendente: em todos esses anos, ele raramente deu defeito. Os carros antigos da Chevrolet, especialmente o Chevette, quando bem cuidados, possuem um custo de manutenção muito baixo. Dezesseis anos depois de lançado, o carro parece novo. Posso dizer que meu pai é foda - e  o que eu mais escuto na rua é se ele está à venda (o carro, não meu pai).

E posso afirmar também que mal me recordo das vezes que o carro realmente deu problema. Geralmente quando ia para a oficina era apenas por rotina ou por desgaste natural das peças. E ele acumula até alguns recordes, como o pneu step nunca ter precisado ir para a pista - sim, ele nunca furou o pneu.

Enfim, no ano passado, após me ver perder horas com deslocamento, meu pai resolveu que já era hora de me dar um carro e de comprar um mais novo pra si - afinal, ele merecia, depois de tantos anos fiel à seu carro. Fiquei, então, com o Chev (apelido carinhoso que eu dei pra ele).

O Chev andava meio parado nos últimos tempos - meu pai é aposentado, e sair de casa não é mais parte da rotina. E o carro parece que se acostuma com isso, depois que começou a rodar todos os dias ele começou a sentir um pouco o desgaste, mas com o tempo foi se soltando.

Certo dia, nos primeiros meus com o carro, a primeira desventura aconteceu: a baterria arriou. Também pudera: uma bateria costuma durar cerca de dois anos, no máximo, e ela já havia passado dos três. Efeito Chev.

O foda é que esse tipo de coisa sempre acontece nos piores momentos, como ocorreu alguns poucos dias depois: recente com o carro, não havia pego todos os detalhes com meu pai - detalhes tipo a quilometragem da sua última troca de correia dentada. E o que aconteceu? A bendita arrebentou, no pior momento possível (ou perto dele, dez metros pra frente e eu estaria mais ferrado ainda). Inusitado foi o mesmo mecânico do socorro ter ido me atender, olhar pra mim, e perguntar: "eu não te conheço?"

Dois incidentes que eu me isento de culpa, e também o Chev: o problema foi atenção com a manutenção, mas como eu poderia prever? Estes fatos acabaram levando algumas pessoas a afirmarem erroneamente que meu carro não é confiável, então aproveito pra rebater: é sim, e muito. Mas fatalidades acontecem.

Tipo a de hoje. Estava voltando pra casa, quando o carro morre. Parecia a bateria, tentei fazer ele pegar e nada. Um camarada empurrou o carro, e fui parar em umas ruas escuras, sozinho e abandonado. Meu único contato com a humanidade era através da minha mãe e da minha namorada, enquanto esperava o socorro chegar. E pela terceira vez, eu posso afirmar uma coisa: ter seguro de carro salva a vida.

E o que foi que aconteceu? Nada de problema com o carro, novamente. Simplesmente a tampa do distribuidor soltou. Qual a probabilidade disso acontecer? Mínima. É uma peça presa com trava, e que é realmente difícil de se soltar por vontade própria. Ou seja, é um baita azar. Aposto até que sei de quem é a culpa: hoje é segunda-feira, e eu odeio segunda-feira.

Segunda é um dia que deveria ser feriado nacional. Ninguém deveria ter de sair de casa pra nada. Mas já que saí, deu merda. Com o distribuidor solto, e as tentativas de fazer o carro pegar, a bateria acabou descarregando. Nada que uma carga não me fizesse retornar seguro pra casa, mas amanhã eu descubro o valor do prejuízo. E o pior: logo quando os ônibus inventam de entrar em greve.

É, a semana promete.

2 comentários:

Jessica disse...

Segunda-feira + a falta de praticidade de se estar no bairro da namorada, a noite, em ruas que ela mesmo não tem certeza onde são. Infalível, sempre dá merda.
>.<
Mas o Chev é lindo e foda. Só tá numa maré de azar

Fábio Megale disse...

Pois é, apenas uma maré, espero. Ele é foda!

E esse tipo de coisa acontece em qualquer lugar. Foi apenas uma coincidência infeliz. Poderia ter acontecido alguns quilômetros depois, em alguma rua aqui do bairro... foi um incidente, uma infilicidade pontual, nada relacionado ao bairro ou à namorada mais perfeita do universo inteiro. =)